20/08/2014
Embora nunca tenha se falado tanto sobre vida saudável como hoje, é contraditório o aumento do número de pessoas sedentárias, que não gastam o que consomem. "Isso acontece porque não há uma percepção de que o sedentarismo mata. Para as pessoas, o que mata é a hipertensão, o diabetes e o câncer", afirma a médica Sandra Matsudo, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs).
Segundo uma pesquisa, uma média de seis horas todos os dias sentado em frente ao computador ou à TV corresponde a cinco anos a menos de expectativa de vida. "A orientação é se movimentar por 10 minutos a cada uma hora sentado. Atender ao telefone andando ou colocar o notebook numa mesa mais alta para digitar em pé são boas dicas para quem trabalha em escritório", sugere.
Em 2004, o sedentarismo era o quarto fator de risco e hoje é o segundo, perdendo apenas para a hipertensão arterial. E nem sempre o sedentarismo está relacionado ao excesso de peso, uma vez que a inatividade já se tornou um fator de risco mais grave do que o peso. "No geral, um gordo ativo tem menos risco de morte do que um magro sedentário", afirma.
Nos tempos atuais, gasta-se uma caloria a cada sete consumidas. Na Era Paleolítica, essa relação era de uma gasta a cada três consumidas. "Acredito no equilíbrio. As pessoas têm que buscar o seu balanço energético, ou seja, gastar o que consomem. Não tem mágica para isso, é uma simples conta", resume ela.
Segundo a especialista, o estilo de vida é responsável por 50% das causas das principais doenças que mais matam, como infarto, AVC e câncer. "Temos 50% de chance de evitar essas doenças. Basta optar por mudanças de hábitos que incluam atividades físicas", avalia.
A recomendação é de pelo menos 30 minutos de atividade física moderada, de forma contínua ou acumulada – duas sessões de 15 minutos ou três sessões de 10 – pelo menos cinco vezes por semana. "Essa rotina diminui em 84% os riscos de infarto e em 36% os casos de câncer, além de reduzir os riscos cardiovasculares e de hipertensão, mesmo no caso de fumantes", ressalta. Para a médica, "não há uma área da medicina em que a atividade física não esteja relacionada a benefícios à saúde, tanto como prevenção quanto tratamento. E isso se aplica também a crianças e idosos", conclui.
Matéria publicada pelo site R7