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Afogamentos: como podemos evitar?

Veja estudos, dicas e as principais recomendações dos especialistas, além das políticas públicas para a prevenção de afogamentos.

É alarmante o número de acidentes fatais decorrentes de afogamentos no Brasil e o quadro geral só tem piorado. Por este motivo, esferas governamentais e entidades da sociedade estão empenhadas na prevenção de afogamentos em todo o país. 

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, a Sobrasa, 16 brasileiros morrem afogados no país todos os dias. 

 

Por outro lado, este não é um problema que inspira cuidados especiais somente por aqui. Muito pelo contrário.

 

Em 2021, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou Resolução sobre Prevenção Global de Afogamento. 

 

O dia 25 de julho foi designado como o Dia Mundial da Prevenção do Afogamento e a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi convidada a coordenar ações de prevenção. 

 

Por que isso ainda continua acontecendo?

Apesar de todos os esforços para conscientizar a população sobre os riscos de afogamento, esse tipo de acidente continua sendo a segunda maior causa de morte de crianças de 1 a 4 anos anos.

 

A principal causa desses acidentes é a falta de informação sobre os perigos do afogamento. Muitas pessoas ainda não sabem que, em apenas alguns segundos, é possível se afogar em água rasa.

 

Por isso, é importante fazer alertas para conscientizar a população sobre os perigos do afogamento. Além disso, é importante que as crianças saibam nadar e que os adultos saibam como lidar com um caso de afogamento.

 

Prevenção de afogamentos: quais são as condições mais perigosas?

Veja estudos, dicas e as principais recomendações dos especialistas, além das políticas públicas para a prevenção de afogamentos.

 

Ainda segundo relatórios da Sobrasa, os homens têm 6,8 vezes mais chances de morrer por afogamento do que as mulheres. 

 

Os locais com maior incidência de afogamentos no Brasil são: praias, lagoas, rios e córregos. A maioria dos casos ocorre em praias (49%) e lagoas (31%).

 

As circunstâncias mais comuns de afogamento são: banho, nadar e brincar em locais proibidos, mergulhar e pescar.

 

O perigo também está em casa

Esta é uma situação ainda mais preocupante porque, segundo os estudos da Sobrasa, 59% das mortes na faixa de 1 a 9 anos de idade ocorrem em piscinas nas residências. 

 

Isso implica necessariamente em um maior envolvimento dos adultos, parentes e amigos próximos, na proteção dos pequeninos. Veja algumas orientações dos especialistas:

 

- Nunca deixe crianças sozinhas perto da água. Mesmo que elas saibam nadar, é preciso sempre estar por perto.

 

- Nunca deixe crianças segurando objetos pesados perto da água.

 

- Em piscinas, mantenha-se longe do ralo de fundo. Se o sistema de filtragem da piscina estiver mal dimensionado, a força de sucção deste ralo é muito forte, onde em muitos casos, pessoas ficam presas (principalmente pelo cabelo), e acabam se afogando.

 

- Jamais permita que menores bebam álcool antes de entrar na água.

 

- Mantenha cercas ou telas sempre fechadas ao redor da piscina após o uso.

 

- Esvazie banheiras (infantis ou adultas) após o uso.

 

- Deixe baldes e bacias de cabeça para baixo. Se estiver em uso, mantenha-os longe do alcance das crianças.

 

- Na praia, certifique-se de que a criança esteja sempre próxima de você e nunca a deixe brincar sozinha na orla da água.

 

- Evite que a criança entre no mar ou na piscina sem a supervisão de um adulto.

 

- Procure orientação de um profissional de educação física para que a criança aprenda a nadar adequadamente.

 

Quais atitudes podemos tomar para reduzir o risco de afogamento?

 

 

Veja estudos, dicas e as principais recomendações dos especialistas, além das políticas públicas para a prevenção de afogamentos.

 

Quanto mais analisamos os números mais ficamos convencidos de que os acidentes fatais não deveriam acontecer. 

 

Por exemplo, você sabia que quase metade dos afogamentos no Brasil acontecem  no verão? 

 

Isso se deve ao aumento da procura por locais para banho, como praias, cachoeiras, rios e piscinas, em busca de se refrescar do calorão.

 

Outro índice preocupante é que de 15 mortes por afogamento, uma ou duas são de pessoas que estavam tentando socorrer outra, que já está se afogando.

 

Isso indica o quanto é importante não se aventurar no salvamento. 

 

O melhor é obedecer a recomendação de lançar algo flutuante para a pessoa e chamar um guarda-vidas ou bombeiro, que são os profissionais especializados em salvamentos na água.

 

Veja agora as 5 principais orientações: 

 

1. Observe a sinalização

Em geral, os locais dispõem de placas indicando se é próprio ou não para banho. 

Elas informam também se existe risco maior de afogamento ou se há fluxo de embarcações. 

 

Outras placas alertam para áreas sujeitas a ataques de animais perigosos ou se existem muitas pedras ou buracos ou qualquer outra ameaça à segurança das pessoas. 

 

2. Fique perto do socorro

Evite locais desertos se você ou alguém próximo não souber nadar e, principalmente, se estiver cuidando de crianças. 

 

O mais indicado é buscar se banhar em locais com recursos de comunicação rápida e perto de algum posto de guarda-vidas. 

 

Se não for possível, prefira locais que tenham a presença de mais pessoas e permaneça no raso, para ter controle na água. 

 

Em caso de necessidade, o Corpo de Bombeiros pode ser acionado pelo número 193.

 

3. Proteja os pequeninos.

Na praia ou outro local de banho, oriente as crianças sobre os riscos e coloque sempre bóias nos braços ou colete salva-vidas.

 

Se o local tiver grande movimento de pessoas, o que é comum no verão, é aconselhável também colocar pulseiras para identificá-las, com o contato do responsável. 

 

Outra dica importante é memorizar a cor e outros detalhes das roupas que as crianças estão usando, para ajudar na localização, caso as perca de vista.

 

4. Evite regiões profundas

Seja cauteloso, mesmo que você esteja acostumado a banhar-se em seu local preferido. Procure nadar em uma profundidade adequada.

 

Se você não conhece o lugar ou não tem confiança, nunca se aventure em águas profundas. Isso é muito importante porque, se algo de errado acontecer, você poderá se levantar e respirar tranquilamente. 

 

Outro alerta indispensável: águas geladas aumentam o risco de câimbras, porque o frio contrai os vasos sanguíneos e diminui o fluxo de sangue para os músculos. 

 

Nestes casos, tente ficar calmo, avise as pessoas próximas e peça ajuda. Na sequência, alongue o músculo na direção contrária. 

 

5. Cuidado com a alimentação

Não é recomendado nadar após as refeições ou quando ingerir bebida alcoólica.

 

O motivo é simples: para digerir os alimentos, o estômago precisa receber fluxo de sangue. Porém, ao fazer esforço físico, o organismo passa a priorizar a distribuição do sangue para os músculos, deixando o estômago de lado.  

 

Com isso, as pessoas podem ter desconforto gástrico, refluxo e até vomitar. Em alguns casos, dependendo da intensidade, há risco de afogamento.

 

No caso da bebida alcoólica, então, nem se fala. O álcool é fatal até mesmo para quem sabe nadar, porque a pessoa perde a capacidade respiratória, capacidade motora, equilíbrio e força muscular, o que também pode acabar em afogamento.

 

Quais políticas públicas podem ser adotadas para proteger as pessoas?

Veja estudos, dicas e as principais recomendações dos especialistas, além das políticas públicas para a prevenção de afogamentos.

Segundo o Dr. David Szpilman, diretor médico da Sobrasa, “afogamento não é um acidente, não acontece por acaso, tem prevenção e esta é a melhor forma de tratamento”.

 

Nesse sentido, dada a gravidade dos números, o afogamento é considerado um problema de saúde pública e algumas medidas já estão sendo preconizadas no mundo inteiro. 

 

Acompanhe as 10 Medidas de Prevenção, da Associação de Prevenção do Afogamento de Portugal:

 

  1. Instalar barreiras para controle do acesso à água.

 

  1. Fornecer locais seguros (por exemplo, uma creche ) afastados da água para crianças em idade pré-escolar, com puericultura competente.

 

  1. Ensinar as crianças em idade escolar competências básicas de natação, segurança na água e de salvamento seguro.

 

  1. Dar formação a pessoas cujo trabalho envolve risco de afogamento em socorrismo e reanimação seguros.

 

  1. Sensibilizar ainda mais o público para o problema do afogamento e insistir na vulnerabilidade das crianças.

 

  1. Estabelecer e aplicar uma legislação quanto à segurança nas embarcações de recreio, nos navios comerciais e nos ferries boat.

 

  1. Aumentar a capacidade de resistência e gerir riscos de inundação e outros perigos a nível local e nacional.

 

  1. Coordenar esforços de prevenção de afogamento com os envolvidos em outros setores e programas.

 

  1. Desenvolver um plano nacional de segurança aquática.

 

  1. Abordar questões de investigação prioritárias com estudos bem concebidos.



E no Brasil, quais são as recomendações?

 

A Sobrasa tem orientações básicas para combater os afogamentos no âmbito comunitário. São medidas simples que fazem a maior diferença na redução do problema. Veja:



 

  • Nas piscinas e o Entorno do Lar

 

A campanha "Piscina+Segura" objetiva reduzir os incidentes por afogamento em piscinas em seu entorno nas residências, através do ensino de natação em academias, escolas e clubes.

 

 

  • Nas praias oceânicas 

 

O programa “Praias+Seguras” propõe reduzir os afogamentos em praias através da educação de surfistas, esportistas aquáticos e profissionais de saúde, com palestras, workshops e cursos.

 

 

  • Nos rios, lagos e represas

 

O projeto “Municípios+Resilientes” visa reduzir os incidentes em rios, lagos e represas, através de consultoria aos municípios banhados por bacias hidrográficas, tornando-os mais resilientes. 

 

 

  • Nas inundações 

 

O programa de prevenção “Kim na Escola” objetiva reduzir os incidentes por afogamento em inundações e outros afogamentos através da educação em escolas e comunidades.

 

Conclusão

Como você viu, o número de acidentes fatais decorrentes de afogamentos no Brasil é alarmante e o quadro geral só tem piorado. 

 

Por este motivo, esferas governamentais e entidades da sociedade estão empenhadas na prevenção de afogamentos. 

 

Porém, apesar dos esforços para conscientizar a população, esse tipo de acidente continua acontecendo, matando 16 brasileiros todos os dias. 

 

Para colaborar com esta campanha, a Medley Sports elaborou uma campanha.

 

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